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domingo, 21 de agosto de 2016

O Significado da Palavra Candidato e as Atribuições de um Vereador*

Por Ana Mônica Jaremenko*

Ápio Cláudio Cego
[Appius Claudius Caecus - 340-273 a.C.]
Em discurso diante do Senado Romano.
Pintura do Século XIX (detalhe).
A palavra candidato, apesar de desgastada pelo mau uso, traz em si um significado que vale a pena recuperar. Vem do latim candidatus, isto é, vestido de branco (candidus = cândido = sem mancha). Na Roma Antiga, os candidatos a cargo público tinham que apresentar vida imaculada. Aqueles que disputavam os votos, vestiam-se com roupa muito clara e passavam diante de uma multidão para ter seus nomes escolhidos. Os eleitores formavam um corredor para os candidatos passarem e dispunham de lama a seus pés. Os candidatos que tinham a corrupção em seu currículo como prática eram alvos de verdadeiros montes de lama atirados por quem os reprovava. Os que passavam pelo teste limpos, eram aprovados para o exercício de cargos públicos.

2016 é ano de eleições municipais e muitos não sabem o que faz um vereador.

Eis as atribuições de um vereador:
  • Fiscalizar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Secretários Municipais;
  • Propor leis de interesses municipais, debatê-las e aprová-las;
  • Votar projetos de leis enviados pelo Prefeito;
  • Organizar os serviços das Câmaras Municipais;
  • Representar os anseios populares para o bem comum.

* Eu sou Ana Mônica Jaremenko, escritora (poeta e cronista), ativista política, blogueira, gestora de mídias sociais e corretora de imóveis. Administradora, dentre outros, do blog Simplesmente FedoraFedora é meu heterônimo para assuntos políticos.

Graça e paz!

A derradeira semana do impeachment de Dilma Rousseff e Ulysses Guimarães*

Por Ana Mônica Jaremenko*

Jô Soares entrevista Ulysses Guimarães
SBT/Programa Jô Onze e Meia
São Paulo (SP), set. 1992
 
Esta semana, em 25 ago. 2016, inicia-se a última fase do Processo de Impeachment contra a Presidente Dilma Rousseff. Em 31 jul. 2016, tivemos as últimas grandes manifestações de rua antes desse evento. Alguns grupos e pessoas tentaram fazer com que não acontecessem, anunciando manifestação em data mais próxima, exatamente para o dia de hoje, 21 ago. 2016, o que não aconteceu. Ainda bem que alguns grupos não desistiram da manifestação de 31 de julho.

Eu, particularmente, espero que a próxima semana inicie com a confirmação do impeachment da Presidente Dilma, haja vista ela ter cometido sim os crimes dos quais é acusada (veja AQUI quais são), o processo ser constitucional e ter seguido seu rito legal e naturalmente.

A proximidade desse acontecimento histórico me faz lembrar da entrevista do saudoso Ulysses Guimarães ao Programa Jô Soares Onze e Meia, dias antes do também histórico impeachment de Fernando Collor de Melo em setembro de 1992.

Em Literatura, o clássico, o universal, é aquele texto ou livro, independente de forma ou estilo, que permanece no tempo com seu valor. Exemplo disso é Machado de Assis. Há crônicas dele publicadas em jornais da época que parecem falar de nossos dias atuais. Guardadas as devidas proporções entre um escritor e um político, assim acontece também com Ulysses Guimarães. Isso é História!

Assista à entrevista no vídeo abaixo.


* Eu sou Ana Mônica Jaremenko, escritora (poeta e cronista), ativista política, blogueira, gestora de mídias sociais e corretora de imóveis. Administradora, dentre outros, do blog Simplesmente FedoraFedora é meu heterônimo para assuntos políticos.

Graça e paz!

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A mão de Stalin está sobre nós*

Olavo de Carvalho
Por Olavo de Carvalho*
O Globo, 03 ago. 2002.

Neste país há três e não mais de três correntes políticas organizadas: o socialismo fabiano que nos governa, o socialismo marxista e o velho nacional-esquerdismo janguista.

O socialismo fabiano distingue-se do marxista porque forma quadros de elite para influenciar as coisas desde cima em vez de organizar movimentos de massa. Seu momento de glória veio com a administração keynesiana de Roosevelt, que, a pretexto de salvar o capitalismo, estrangulou a liberdade de mercado e criou uma burocracia estatal infestada de comunistas, só sendo salva do desastre pela eclosão da guerra. O think tank mundial do fabianismo é a London School of Economics, parteira da “terceira via”, uma proposta da década de 20, periodicamente requentada quando o socialismo revolucionário entra em crise e é preciso passar o trabalho pesado, temporariamente, para a mão direita da esquerda. No poder, os fabianos dão uma maquiada na economia capitalista enquanto fomentam por canais aparentemente neutros a disseminação de idéias socialistas, promovem a intromissão da burocracia em todos os setores da vida (não necessariamente os econômicos) e subsidiam a recuperação do socialismo revolucionário. Quando este está de novo pronto para a briga, eles saem de cena envergando o rótulo de “direitistas”, que lhes permitirá um eventual retorno ao poder como salvadores da pátria se os capitalistas voltarem a achar que precisam deles para deter a ascensão do marxismo revolucionário. Então novamente eles fingirão salvar a pátria enquanto salvam, por baixo do pano, o socialismo.

Desde seus fundadores, Sidney e Beatrice Webb, o fabianismo nunca passou de um instrumento auxiliar da revolução marxista, incumbido de ganhar respeitabilidade nos círculos burgueses para destruir o capitalismo desde dentro. Os conservadores ingleses diziam isso e eram ridicularizados pela mídia, mas a abertura dos Arquivos de Moscou provou que o mais famoso livro do casal não foi escrito pelo marido nem pela esposa, mas veio pronto do governo soviético.

A articulação dos dois socialismos era chamada por Stalin de “estratégia das tesouras”: consiste em fazer com que a ala aparentemente inofensiva do movimento apareça como única alternativa à revolução marxista, ocupando o espaço da direita de modo que esta, picotada entre duas lâminas, acabe por desaparecer. A oposição tradicional de direita e esquerda é então substituída pela divisão interna da esquerda, de modo que a completa homogeneinização socialista da opinião pública é obtida sem nenhuma ruptura aparente da normalidade. A discussão da esquerda com a própria esquerda, sendo a única que resta, torna-se um simulacro verossímil da competição democrática e é exibida como prova de que tudo está na mais perfeita ordem.

No governo, nossos fabianos seguiram sua receita de praxe: administraram o capitalismo como se fossem capitalistas, ao mesmo tempo que espalhavam a doutrinação marxista nas escolas, demoliam as Forças Armadas, instituíam novas regras de moralidade pública inspiradas no marxismo cultural da Escola de Frankfurt, neutralizavam por meio da difamação midiática as lideranças direitistas, criavam um aparato de repressão fiscal destinado a colocar praticamente fora da lei a atividade capitalista e, last not least, subsidiavam com dinheiro público o crescimento do MST, a maior organização revolucionária que já existiu na América Latina. Em suma: fingiam cuidar da saúde do capitalismo enquanto destruíam suas bases políticas, ideológicas, culturais, morais, administrativas e militares, deixando o leito preparado para o advento do socialismo. Fizeram tudo isso sob o aplauso de uma classe capitalista idiota, incapaz de enxergar no capitalismo nada além da sua superfície econômica e ignorante de tudo o que é preciso para sustentá-la. Agora podem ir para casa, seguros de ter um lugar ao sol no socialismo, se ele vier amanhã, assim como no capitalismo, se ele durar mais um pouco.

Se o socialismo marxista tinha sua encarnação oficial no Estado soviético, enquanto o fabianismo era o braço “light” da estratégia stalinista, o nacional-esquerdismo que brotou na década de 30 também foi substancialmente uma invenção de Stalin. A grande especialidade de “tio Josef” era justamente o problema das nacionalidades, ao qual ele dedicou um livro que se tornou clássico. Foi ele que criou a estratégia de fomentar ambições nacionalistas, quando podia usá-las contra as potências ocidentais, ou freá-las, quando se opunham ao “internacionalismo proletário”. É verdade que falhou em aplicá-la com os nazistas, que se voltaram contra a URSS, mas obteve sucesso nas nações atrasadas, onde xenófobos de todos os naipes -- getulistas, nasseristas, peronistas, africanistas e aiatolás variados -- acabaram se integrando nas tropas da revolução mundial, varrendo suas divergências ideológicas para baixo do tapete e transmitindo uma impressão de unidade a seus adeptos nos países ricos (donde o milagre de feministas e gays marcharem contra os EUA ao lado de machistas islâmicos). A multidão dos nacionalistas revoltados dá um reforço externo à estratégia das tesouras, seja como massa de manobra ou, quando fardada, como arma de guerra.

Stalin foi o maior estrategista revolucionário de todos os tempos. Os efeitos de sua ação criadora chegaram às terras tupiniquins e ainda estão entre nós.Todo o panorama político nacional está hoje montado segundo o esquema delineado por ele nos anos 30. Mas, dos poucos que têm envergadura intelectual para enxergar isso, quantos têm interesse de discuti-lo em público?

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

De Dilma para Joice*



Por Ana Mônica Jaremenko*

Em 02 de maio de 2016, Dilma envia um e-mail para ninguém mais ninguém menos que Joice Hasselmann.

E Joice responde!

E eu assino embaixo!
Joice Hasselmann fala sobre o e-mail recebido de Dilma Rousseff.
Durante palestra na Faculdade Alfa, em 09 ago. 2016.
Goiânia, Goiás, Brasil.

* Eu sou Ana Mônica Jaremenko, escritora (poeta e cronista), ativista política, blogueira, gestora de mídias sociais e corretora de imóveis. Administradora, dentre outros, do blog Simplesmente FedoraFedora é meu heterônimo para assuntos políticos.

Graça e paz!

sábado, 6 de agosto de 2016

A cultura marxista da cerimônia de abertura da Rio 2016*

Brasil deveria sentir vergonha de sua pobreza, não glamorizá-la.

Por Gabriel de Arruda Castro*
Tradução: Ana Mônica Jaremenko

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, apesar do previsto, não foi prejudicada por terroristas, bandos de criminosos ou por um ataque maciço de mosquitos transmissores do vírus Zika, foi razoavelmente divertida. A simbologia que o Brasil escolheu para se apresentar ao mundo, no entanto, foi equivocada.

O show apresentado na noite de sexta-feira (5) começou com uma representação em movimento da história do país desde a chegada dos Portugueses. Mas, logo depois ficou claro que, para os organizadores, este foi apenas um preâmbulo para o que consideravam a apoteose do show: meninos da favela que executaram uma versão terceiro-mundista de break dance e um dueto de rapper's - um deles de apenas doze anos falando sobre 'poder feminino'.

Isto não é nenhuma surpresa. Um dos cérebros por trás da cerimônia foi Fernando Meirelles, o cineasta responsável pelo filme Cidade de Deus (2002), aclamado pela crítica como a joia da estética das favelas.

Os intelectuais cariocas são fascinados pela própria pobreza da cidade, como se as favelas fossem algo de que o Brasil deveria sentir orgulho ao invés de vergonha. Imagine se os Jogos Olímpicos de Atenas tivessem destacado a corrupção da Grécia contemporânea em vez da mitologia do país, ou se Pequim decidisse mostrar a sua poluição do ar em vez de a grandeza da China.

A pobreza não representa o Brasil. Nossa esperança é que não haja nem pobreza nem favelas no Brasil do futuro. Mas qual a fonte em que os marxistas culturais tropicais obtêm sua "mitologia"? Assim como a violência contra os negros (reais ou imaginários) é parte integrante da narrativa cultural contínua para a esquerda nos EUA, do mesmo modo a pobreza desempenha um papel semelhante para a esquerda no Brasil.

Não é por acaso que a cerimônia realizada para a Rio 2016 não faça nenhuma referência a qualquer coisa que possa ser visto como erudita ou de alguma forma ligada à tradição europeia (por exemplo, a magnífica arquitetura de Aleijadinho, as óperas de Carlos Gomes, ou a música clássica moderna de Heitor Villa- Lobos).

Os discípulos brasileiros da Escola de Frankfurt só conhecem duas leis:
  • O único tipo de cultura que importa é a cultura popular.
  • A única cultura popular que importa é o que se encaixa na luta ideológica de construção de um "novo mundo".

É por isso que, na cerimônia de abertura, o mais popular tipo de música no Brasil foi completamente ignorado. O sertanejo, que nasceu nas áreas rurais e ainda é a única forma de música apreciada em todas as regiões desse país continental, sem distinção.

Cultura e Tradição de Bela Vista
Arte Naif, de Helena Vasconcelos¹.
Goiás, Brasil.
Apesar de ter sido adulterada pela indústria da música nos últimos anos, a música sertaneja ainda é a melhor representação da alma do povo brasileiro: pessoas trabalhadoras que valorizam a família e a tradição cristã. Desculpe, mas o brasileiro médio não é um boêmio que vive a beber uma caipirinha em Copacabana.

A cerimônia poderia ter apresentado, por exemplo, um dos cantores sertanejos mais populares, Sergio Reis, que canta sobre um pobre pai que criou sete filhos, sendo um deles adotivo. Nos dias finais do pai, o filho adotivo acaba por ser o único que se preocupa mais sobre ele:
"Meu Deus protejaos meus seis filhos queridosMas foi meu filho adotivoque a este velho amparou."
Poderia também ter destacado "Romaria", uma canção popular de Renato Teixeira que retrata a devoção espiritual profunda do homem católico comum.
"Me disseram, porém, que eu viesse aquiPra pedir em romaria e precePaz nos desaventosComo eu não sei rezar, só queria mostrarMeu olhar, meu olhar, meu olhar."
Em vez disso, o que o mundo viu esta sexta-feira foram performances de um apologista da maconha conhecido (Marcelo D2), a falsa Beyoncé cujas canções raramente falam de algo além de sexo (Anitta), e uma antiga escola de esquerda (Gilberto Gil, que pelo menos tem algum talento).

Adicione-se a isso alguma pregação de mudança climática, e a noite estava completa.

Após o aquecimento global no show, o comentarista brasileiro anunciou orgulhosamente que a pira olímpica da Rio 2016 é "a menor na história, por isso vai causar o menor impacto ambiental possível".

Enquanto isso, no mundo real, as autoridades locais não conseguiram nem mesmo despoluir as águas da Baía de Guanabara para torná-la razoavelmente mais seguro para os atletas que irão competir nela.

E adivinha? As favelas, que os esquerdistas querem ter certeza de permanecer favelas sempre, são a principal razão para isso, uma vez que é impossível oferecer saneamento decente nessas condições.

Os marxistas culturais do Terceiro Mundo querem certificar-se de que o Brasil nunca será grande.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Uma sombra cruzou o olhar da professora*

Por Percival Puggina*

Professora Lisete Arelaro
Faculdade de Educação/USP
Enquanto seu interlocutor falava, ela o observava atentamente. Momentos antes o interrogara sobre se, sendo sociólogo, seria possível graduar-se sem conhecer as obras de Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim [intervalo de tempo do vídeo em 14:10-15:25].

Bem, o leitor deve estar se perguntando onde transcorria esse diálogo. Vamos a isso, então, antes de interpretarmos a sombra no olhar da professora. Era o programa Entre Aspas, transmitido pela Globo News na terça-feira 26 de julho. A jornalista Mônica Waldvogel convidara o sociólogo Thiago Cortes e a professora uspiana Lisete Arelaro para externarem opiniões a respeito do projeto Escola Sem Partido, concebido pelo movimento com o mesmo nome. O sociólogo falava pelo projeto e a professora em sentido contrário. O palpitante tema, como se sabe, mobiliza parcela da opinião pública nacional e se expressa assim: "Pode ou não a lei, deve ela ou não, impor limites à influência política, ideológica e partidária do professor da rede pública em sala de aula?". O movimento Escola Sem Partido e a Constituição Federal afirmam que sim. Os professores que estão industriosamente dedicados a essa tarefa sustentam que não.

O debate sobre o tema tem servido para formar pilhas e pilhas de relatos sobre demasias praticadas em todos os níveis do nosso sistema de ensino público e privado. De modo monocromático, os abusos incluem material didático mistificador, aulas panfletárias e conteúdos apresentados com o intuito de ocultar o conhecimento. Como salientou Olavo de Carvalho em recente artigo, é um tipo de ensino que procura manter, do contraditório, distância equivalente à que separa o diabo da cruz. Não satisfeito com a tapeação, chega às ridicularias. Há professores que, no estilo cubano, iniciam as aulas com proclamações políticas. Outros se permitem suspender as atividades para conduzir alunos a manifestações promovidas pela esquerda. E creiam - há um vídeo no YouYube! -, certa professora faz a turma dançar cantando uma besteira na qual Karl Marx é apresentado como mix de funkeiro, Gabriel Pensador e Marilena Chauí. Há quem deixe a vergonha no cabide da sala de professores.

A pedagoga da USP, porém, estava convencida de que a militância de seus colegas era o próprio pluralismo pedagógico e de que ensinar marxismo era a mais nobre e generosa tarefa a que um educador poderia se dedicar. Na sua perspectiva, por certo, os incontornáveis fracassos das experiências marxistas são consequências de um déficit de marxismo e se resolvem com mais Karl Marx.

Voltemos à cena descrita no início deste artigo. A professora perguntara ao sociólogo sobre a importância dos três autores que mencionara. Ele a confirmou e explicou, com limpidez, que o problema não estava em apresentá-los, mas em sonegar aos alunos o conhecimento e a própria existência de expoentes do pensamento não marxista, como Edmund Burke, Roger Scruton, Michael Oakeshott e Russell Kirk. Foi aí que - zaz! A professora franziu o cenho, sua fisionomia sombreou e acenderam-me as dúvidas. Também dela haviam ocultado esses autores? Ou, ao contrário, estava ela confirmando a si mesma que tais nomes deveriam ser impronunciáveis em sala de aula? Ou ainda: como sair dessa?


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Manifestações de 31 de Julho: Saldo e Balanço*

Por Paulo de Oliveira Enéas*

As manifestações realizadas nesse domingo reuniram centenas de milhares de pessoas em dezessete estados do país. Mais uma vez a capital paulista foi palco da maior manifestação, com dezenas de milhares de pessoas ocupando a Avenida Paulista, em um ato que teve uma característica bastante distinta das demais manifestações realizadas anteriormente: a pauta política de direita e de perfil mais conservador se fez mais presente, tanto nos discursos do vários oradores nos caminhões de som, quanto nos gestos e atitudes das pessoas no chão da avenida.

Cartazes e faixas dizendo não ao comunismo, discursos condenando as políticas públicas de esquerda, menções ao drama causado ao povo venezuelano pela ditadura socialista de Nicolas Maduro defendida e apoiada pela esquerda brasileira, se somaram à defesa da Lava Jato, aos pedidos de prisão de Lula além, é claro, da defesa da aprovação em definitivo do impeachment. Um grupo de estudantes, liderados por Tatiana Moreira Alvarez, produziu milhares de panfletos, além de cartazes e faixas, em defesa do Escola Sem Partido, que acabou por se tornar o tema quase que predominante em toda a manifestação e também presente em vários discursos.

Ainda que o público tenha sido menor do que aquele das manifestações anteriores, a manifestação desse domingo serviu para mostrar a disposição que existe em uma parcela da população em ir às ruas em defesa de pautas que vão muito além do impeachment. Pautas essas que têm um nítido viés conservador e de direita. Até porque, o impeachment é um processo político irreversível: não existe no horizonte a possibilidade de concretização de um cenário político em que o petismo volte a comandar o poder executivo, e por uma série de razões, como já havíamos afirmado nesse artigo aqui escrito há mais de dois meses.

Ás manifestações políticas devem e precisam continuar, pois não podemos permitir que as ruas voltem a ser monopólio da esquerda. Mas diante do novo quadro político que vai se abrir com a consolidação do impeachment, será necessário repensar o formato desses próximos atos, tanto no aspecto de organização quanto de definição de foco em termos de uma pauta. Mas não pode haver dúvidas quanto à natureza dessa pauta: trata-se de dar continuidade ao combate às políticas de esquerda, o que inclui hoje a defesa do Escola Sem Partido, o fim das urnas eletrônicas, o combate ao ativismo judiciário e à partidarização da suprema corte, o desaparelhamento do estado entre outros.

Por fim, a nota dissonante fica por conta do comportamento politicamente leviano e irresponsável que as lideranças do MBL tiveram ao longo da semana: além de promoverem o boicote e a sabotagem da manifestação usando da influência do grupo junto à grande imprensa, onde foram plantadas várias notícias falsas anunciando o suposto cancelamento do ato, alguns líderes do MBL resolveram aparecer na Manifestação da Avenida Paulista com o objetivo de capitalizar eleitoralmente junto ao público. Apesar de terem discursado no carro de som de um dos grupos, que inexplicavelmente resolveu ceder espaço para quem boicotou a manifestação, os dois dirigentes do MBL foram hostilizados por uma parte do público presente.

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